terça-feira, julho 26, 2005

"Se não entendo tudo, devo ficar contente com o que entendo. E entendo que vejo estas árvores e que tenho direito a minha língua e que posso olhar nos olhos dos estranhos e dizer: não me desculpe por não gostar do que você gosta; não me olhe de cima para baixo; não me envergonhe de minha fala; não diga que minha fala é melhor do que a sua; não diga que eu sou bonito, porque sua mulher nunca ia ter casado comigo; não seja bom comigo, não me faça favor; seja homem, filho da puta, e reconheça que não deve comer o que eu não como, em vez de me falar concordâncias e me passar a mão pela cabeça; assim poderei matar você melhor, como você me mata há tantos anos."

(João Ubaldo Ribeiro - Vila Real)
Ou a vida acaba e eu fico na frente do computador dez horas por dia ou abaixo um pouco os meus critérios e vou embora atrás do que eu vim buscar.

Então eu coloquei uma roupinha mais ou menos e fui, acompanhada por uma menina com a qual eu não tenho absolutamente nada em comum a não ser a nacionalidade e a residência na Alemanha.

É engraçado fazer esforço para não falar sobre determinados assuntos, sob pena de parecer extremamente esnobe. Mas tudo bem, aqui eu não quero ser inteligente.

A cumplicidade nunca é instantânea, e não é nada comum. As pessoas sempre procuram se encaixar, e mesmo quando conseguem, fingem que está tudo bem.

Agora tenho companhia para o desconforto.