Tenho saudade de frases, beijos, reciprocidade, do tom da sua voz, da intimidade que compartilhávamos, do seu jeito de falar, das expressões que você utilizava e acabei assumindo como minhas também. Tenho estado sozinha, mas não são poucas as vezes em que me descubro procurando por você, querendo telefonar para contar como foi o meu dia, ou mesmo para ter novamente o seu cabelo no meu ombro.
Seria simplista te procurar, aposto que seria bem recebida. Não sei explicar o que me impede. Talvez o fato de que a sua presença, apesar do tempo, ainda é tão presente, tão viva e real em mim que torna possível prescindir de você mesmo.
Por que tenho saudade
de você, no retrato,
ainda que o mais recente?
E por que um simples retrato,
mais que você, me comove,
se você mesma está presente?
Cassiano Ricardo