- Stasimitarbeiter im Ruhestand, auf deren Briefkasten ein "Keine Werbung einwerfen!"-Aufkleber mit riesigem Paragraphenzeichen klebt
- Riesige Vokuhila-Iros in grün-rot, an denen noch ein Testosteron-ausdünstendes Etwas baumelt
- Fünfzigjährige mit Lederhut, die sich beim Lesen von David Safier süffisant den graumelierten Vollbart massieren
- Frittierte Blondinen im Bikini, deren graumelierte Krampfadern an einen Stadtplan von Dresden erinnern
- Menschen, die andere zum Schweigen auffordern, weil gerade eine Nationalhymne gespielt wird
- Opas in grauen Westen, die vor Baustellen stehen und die Arbeiter begaffen
- "Weinkenner", die den Wein gegen den Rand des Glases schwappen lassen und daraus etwas deuten
- Typen, die nach einer ironischen Bemerkung ihr rechtes unteres Augenlid mit dem Zeigefinger herunterziehen
- Leute, die eine "persönliche Beziehung zu Gott" haben
- Bürger, die alle Minister ihres Bundeslandes fehlerfrei aufsagen können
- Studenten, die überall demonstrativ ihr schwarzes Notizbuch aufschlagen
sexta-feira, dezembro 28, 2012
- Die halb ausgetrunkene Kaffeetasse auf dem Schreibtisch des gerade gekündigten Kollegen
- Schauspieler, die zum Verbeugen auf die Bühne rennen, während das Publikum gerade geht
- Babysöckchen neben einem negativen Schwangerschaftstest
- Eine Dorfband, die zwischen zwei Karnevalshits das Riff von "Smoke on the Water" anspielt
- Der vielsagende Blick zweier einst in Jugendliebe Verbundener, die sich nach zwanzig Jahren mitsamt ihren furchtbaren Ehepartnern zufällig im Einkaufszentrum begegnen
- "Knorr Festtagssuppe"
- Wellensittich-Gräber im eigenen Garten
- Eine vertrocknete Topfpflanze im Büro eines am Schreibtisch dahingeschiedenen und noch nicht weggeräumten Verwaltungsangestellten
- Kinder, die ihre Mutter verzweifelt auf Youporn suchen
- Ein roter Gummiball, der unter der Treppe verstaubt, weil niemand mit ihm spielen will
- Ein liebevoll zurechtgemachtes Pausenbrot, das auf dem Küchentisch vergessen wurde
- Eine große Menschenmenge, in der nur eine Person klatscht
- Eine reich gedeckte Geburtstagstafel, an der nur das Geburtstagskind sitzt
- Blumen, die hinter dem Fenster vertrocknen, während es draußen regnet
- Ein Rentner, der seinen treuen, aber altersschwachen Hund einschläfern lassen muß, weil er das Futter nicht mehr bezahlen kann
- Ein aufwendig betriebenes Onlinetagebuch, das irgendwann einfach so aufhört
- Ein Hund, der am Straßenrand ausgesetzt wird und freudig hechelnd herumtollt, weil er glaubt, sein Herrchen macht gleich einen Waldspaziergang mit ihm
segunda-feira, abril 23, 2012
quinta-feira, outubro 28, 2010
Busque Amor novas artes, novo engenho,
para matar me, e novas esquivanças;
que não pode tirar me as esperanças,
que mal me tirará o que eu não tenho.
Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes nem mudanças,
andando em bravo mar, perdido o lenho.
Mas, conquanto não pode haver desgosto
onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê.
Que dias há que n'alma me tem posto
um não sei quê, que nasce não sei onde,
vem não sei como, e dói não sei porquê.
Luis de Camões
quarta-feira, setembro 29, 2010
1. Nenhum brasileiro convoca os amigos para apedrejar a própria mulher porque ela o chifrou.
2. Nenhum jornal brasileiro gasta páginas e páginas com esportes idiotas como o beisebol.
3. Só brasileiro muito pobre vai de bicicleta pro trabalho.
4. Cremação, no Brasil, geralmente só acontece com o sujeito depois de morto.
5. Mesmo os políticos são usados até o fim e não envenenados.
6. Quando um ministro fala demais ninguém nos impede de desligá-lo (na TV).
7. Brasileiro não é muito chegado a coisas violentas, como touradas. O Brasil também não dá grandes lutadores de boxe. Nosso machismo conhece suas limitações.
8. Os trens podem não chegar na hora, mas chegam no dia.
segunda-feira, setembro 27, 2010
"A possível existência de um relacionamento amoroso entre cliente e advogado não torna inexistente o contrato de prestação de serviços, ainda que verbal. Encontros furtivos e relacionamento sexual não geram automática gratuidade dos trabalhos profissionais.
Relação amorosa clandestina não é moeda, nem paga trabalho profissional regularmente desenvolvido.
Amor e sexo não se misturam com dinheiro e trabalho, especialmente no caso dos autos, em que autor e ré, se tanto, ao que tudo indica, apenas "aplacaram os apelos do sexo", no expressivo dizer do mestre Machado de Assis, pagando-se mutuamente (e se isso não houve, de si devem se queixar, pela má escolha).
Obséquios carnais supostamente prestados pela cliente ao advogado não a exoneram da obrigação de pagar os honorários do advogado. Isso só seria concebível se a cliente fosse uma - vá lá a palavra - horizontal. Mas não é.
Encontros furtivos, enlevo à socapa, isoladamente, não significam isenção de pagamento de honorários advocatícios do autor. Não sendo a ré uma mercadora do sexo, uma barregã qualquer, resvala para a indignidade de sua condição feminina a tese por ela própria esgrimida."
quinta-feira, agosto 26, 2010
Eu sou sincera: não gosto de sinceridade
É interessante reparar no modo como o autor deste tipo de frase é, em geral, atormentado pela sua própria nobreza de caráter. Outras pessoas teriam a desonestidade de elogiar aquela camisa, ou fariam um silêncio igualmente condenável. O sincero não pode, uma vez que é sincero. Não é desagradável, nem impertinente, nem descortês. É sincero. No fundo, o que está a dizer é: "Não posso fazer nada. Eu bem que me esforço para não ser tão moralmente irrepreensível, mas não consigo. É a mais elevada dignidade que me obriga a dizer que você tem mau gosto."
Tenho dificuldade em admitir que a sinceridade seja uma virtude. É fácil, revela arrogância (as minhas opiniões são tão especiais que eu tenho o dever de comunicá-las aos outros) e é desagradável (o que eu REALMENTE penso é, na esmagadora maioria das vezes, de uma inconveniência espantosa). A vida em sociedade depende precisamente da nossa maravilhosa capacidade de não revelar o que pensamos. Sim, eu acho que fulana é gorda, mas não digo nada se ela me perguntar. Claro que o perfume do sicrano é horrível, mas ninguém me convence de que eu serei uma pessoa melhor se disser: "Eu sou sincera: o senhor está fedendo."
O problema é que a sociedade está erradamente convencida de que a autenticidade é um valor que se deve prezar. "Seja você mesmo", ouvimos a toda a hora. É obviamente um mau conselho. Devemos tentar ser um pouco melhores que nós mesmos. Só se eu fosse idiota seria igual a mim própria. Trata-se de um caminho que não leva a lugar nenhum. Por que razão devo ser eu mesma se, com algum empenho, posso tentar ser uma pessoa decente?
AGORA serei sincera: vou continuar a ser dissimulada.